Otelo

"Otelo" (Scipione, 1988, 117 páginas), do autor William Shakespeare provavelmente foi um dos melhores livros que li na época de escola em meados da década de 80. A trama que trata de um dos sentimentos mais controversos da humanidade, o ciúmes, traz como personagens um mouro, Otelo, que alcançou um posto militar de destaque, sua amada Desdêmona e seu alferes, o Iago, que fez de tudo para separar este casal com ações vis.

O ciúmes é um sentimento instintivo e natural, no entanto, quando é exagerado torna-se patológico e consequentemente pode virar uma obsessão.

Geralmente envolve três pessoas ou mais, a pessoa que sente ciúmes,  a pessoa de que se sente o ciúmes e a terceira pessoa que são os motivos desse sentimento. Para a nossa história, Iago, personagem que cria o ciúmes, é hábil na condução de ações e causará um ambiente nebuloso para que Otelo sinta ciúmes. Desdêmona que é a pessoa de quem se sente ciúmes nessa trama é ingênua ou se aproveita da situação para fortalecer esse sentimento?

Otelo se convence de que seus sentimentos são legítimos e ações são tomadas para mudar o rumo dessa história. Otelo possui um sentimento de inferioridade, pois não tem convicção da possibilidade de envolvimento com a sua amada e isso contribui para o ciúmes.

E Iago se aproveita  disso, pois elabora ações destruidoras bem estruturadas, e utiliza a fraqueza de Otelo, sentimento de inferioridade, para implementar suas maldades. Ele é, ainda, definido como um bom orador utilizando sabiamente a linguagem para conquistar suas ações.

Foi muitas vezes definido como uma pessoa honesta, característica destacada pela forma com que utilizava a linguagem, e essa característica é um elo que estabelece a relação entre a falsidade e aparência.

O que mostra que Shakespeare conhecia bem o homem e suas nuances, pois muitas vezes a aparência não define o caráter de um homem.

É uma obra fantástica que trata da natureza humana com particularidades psicológicas e com uma linguagem que continua atual.

Boa Leitura.